quinta-feira, 23 de junho de 2011

Piercing


Já faz mais de oito anos que tomei essa decisão, lembro que esperei um ano, se me mantivesse firme era por que eu realmente queria. Dez furos, ao total.
Não me arrependo, muito pelo contrario.

It's really seems like me.

As coisas mudam

Sim, eu prefiro manter as unhas curtas, acho mais fácil não fazer a sobrancelha ou me depilar, dói! Mas acontece que tem aquela pessoa que eu admiro, acho bonita, sensual, sabe? E então eu simplesmente quero que ela me admire também, que me ache bonita e todas as outras coisas que a gente pensa de quem gosta.

Hum, sabe, eu sempre fui considerada uma garota bonita, e acredite, isso nunca fez bem pro meu ego, muito pelo contrario. Garotas bonitas geralmente são burras, eu nunca quis ser mais um rostinho acéfalo.

Queria algo mais, algo que realmente valesse a pena e acabei sendo completamente relaxada com minha aparência... E como o destino é interessante!?! A profissão que escolhi realmente lida com a aparência das coisas, com o tempo os preconceitos (palavrinha essa que sempre me deixa alterada) simplesmente vão sumindo. Hoje não acredito mais que minha aparência vá prejudicar meu desenvolvimento profissional ou intelectual, pelo contrario.

As coisas mudam, mas nós realmente somos algo estranho...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Saber Ver Arquitetura, As várias idades do espaço

Pontifíca Universidade Católica
Arquitetura e Urbanismo
Teoria, História e Crítica da Arquitetura e Urbanismo
Orientador Marcos Alves de Carvalho
Fevereiro de 2011.



Resumo do Livro: Saber Ver Arquitetura
Autor: Bruno Zevi



CAPÍTULO 4: AS VÁRIAS IDADES DO ESPAÇO (págs.53 a 73)

Esquematização de um processo histórico-crítico[1]



A história da arquitetura é composta pela história da atividade edificatória atravéz dos séculos que tráz em si a própria história da civilização, baseada em suas preferêcias artisticas.

Antes de esquematizar um processo histórico-crítico, primeiro deve-se analisar os seguintes dados:

Os pressupostos sociais, baseados nos programas construtivos, que fundamentam-se basicamente na condições econômica e nos costumes.
Pressupostos intelectuais. Inclui a coletividade, o individuo e as aspirações dele dentro da sociedade, religião, mundo, etc.

Pressupostos técnicos. Progresso nas técnicas e organizações construtivas.
O mundo figurativo e estético. Concepções e interpretações da arte e o vocabulário figurativo de sua época.

Esses fatores analisados representam a cena sobre a qual nasce a arquitetura, ou seja, a história da civilização: indicam classes no poder, problemas ou descobertas tecnicas, etc.

Após isso, analisamos a história das personagens e dos monumentos.

A crítica dos monumentos esquematicamente:

Análise Urbanistica. Diferenças e caracteristicas dos espaços exteriores antes e depois da construção dos monumentos.

Análise Arquitetônica. História da composição espacial, isto é, sentir e viver os espaços internos.

Análise volumétrica. Estudo do invólucro mural que contém o espaço.

Análise dos elementos decorativos. Escultura e pintura aplicadas a arquitetura.

Análise da escala. Relações dimensionais do edifício com o parâmetro urbano.

Neste capítulo examinamos alguns dos temas fundamentais espaciais, não pretendendo tentar desenvolver uma história da arquitetura. Apesar de ser um grande desejo de nossa cultura e ser possível como vemos em alguns grandes trabalhos.

Antes de escrever esse capítulo nos fizemos a seguinte pergunta: Para ilustrar o que foi dito, é melhor tomar um edifício e analisa-lo a fundo, com todos os detalhes possíveis ou recorrer as principais concepções que se encontram ao longo da arquitetura ocidental, omitindo, assim, algumas regras e exceções e tomando um edifício como prototipo de uma época, o que pode se confundir com o sistema de explicar as caracteristicas no lugar das obras concretas?

Prevaleceu o segundo, apesar dos riscos, pois fomentaria a educação espacial francamente atrevida e livre.

A crítica arquitetônica precisa se livrar de tabus monumentais, arqueologicos, morais para ir mais além de Valadier. Por isso é preferivel traçar uma arco das idades espaciais de Ictino, Calícrates e Fídias até a nossa geração de arquitetos em vez de acrescentar mais uma monografia que deixaria por solucionar a questão da validade da interpretação espacial aqui defendida.



A escala humana dos gregos



O templo grego se caracteriza pela ingnorância do espaço interior, o que leva alguns grandes arquitetos com Wright a despreza-lo e outros, pela escala humana, a admira-lo como Le Corbusier.

Quem investigar o templo grego a proucura de uma concepação espacial, poderá acreditar que o mesmo é um exemplar de não-arquitetura, mas ao observá-lo como escultura, ficará adimirado. Todo arquiteto deve ser um pouco escultor para poder transmitir o prolongamento do tema espacial (volume). O idealizador do Pathernon parece simbolizar o caráter meramente escultorico.

Os elementos construtivos do templo grego são: uma plataforma elevada, uma série de colunas elevadas apoiadas sobre ela e um entablamento contínuo que sustenta o teto. O espaço interior foi fechado, assim como em uma escultura, pois o foco estava na parte externa. Os ritos realizavam-se ao redor do templo (ao contrario da pregação cristã), os ecultores-arquitetos se dedicaram a transformar as colunas, as traves e os frontões em obras-primas. A civilização grega se exprimiu ao ar livre. A história das acrópoles é essencialmente um história urbanística, com humanidade nas suas proporções e escala, esculturas (edíficios e outros), com idéia de comtemplar suas obras.

Toda arquitetura corresponde a um programa construtivo, que geralmente os arquitetos vão buscar inspiração nas formas do passado. O neogressismo do século XIX aproveitou da arquiteura helênica apenas os grandes temas monumentais de plástica e de volumetria, nunca de arquitetura. E geralmente constituem tristes mascaramentos de invólucros murais, conservando as caracteristicas negativas e perdendo, por não se tratar de uma escala humana grega, os aspecto positivos.

No templo grego, o homem caminha apenas no peristilo, no corredor que vai da colunata a parede externa da cela. Quando se aproximam da Sicília e Itália, eles se tornam mais espaçosos e profundos.



O espaço estático da antiga Roma



Nem sempre a apreciação estética se aproxima da arquitetônica. O Pathernon é uma obra-prima artística não-arquitetônica. Já em Roma, muitas vezes podemos supor que não era grandes obras de arte, mas com grandes principios arquitetônicos. É unânime que a arquitetura romana é grandiosa na organização de seus espaços interiores e tão importante quanto a grega, com o gênio dos construtores-arquitetos, que é no fundo o gênio da arquitetura.

A pluriformidade do programa romano no que diz respeito a construção, novas técnicas construtivas, conciência cenografica, fecundidade inventiva faz da arquitetura romana uma enciclopédia morfológica da arquitetura. Traz, também, o amadurecimento de temas socias, deixando de lado a pureza da escultura helenstica.

Vemos as diferenças, mesmo quando usadas colunatas nas duas arquiteturas, pois, o estilo romano cobre o espaço ao contrario do grego que o encerra. Cresce em Roma a escala monumental, a necessidade técnica e o tema social da basílica, rompendo com a contemplação abstrata, enriquecendo-se psicologicamente. Transportar as colunatas gregas para o interior significa deambular no espaço fechado e fazer convergir toda decoração plástica à potenciação desse espaço.

No dicionário da arquitetura romana é possível encontrar um infinidade de motivos e sugestões espaciais. Roma absorve todas as suas conquistas arquitetônicas, mas utiliza o arco e a abóboda em escala, intenção e significados próprios. Também não se pode afirmar, que, apesar de existirem cúpulas e monumentos semelhantes ao do bizantinismo, não justifica a megalomania filo-romana.

O espaço romano é pensado estaticamente, com ambientes circulares e retangulares, simetrias e geralmente autónomos entre si. Com escala inumana e monumental, independente do observador demonstra o poder do imperio e sua superioridade, autoridade.

Quando utilizado, pelo academismo e ecleticismo, é encontrado em obras que apesar de grandes e impressionantes, são austeras. Imitando edifícios com ênfase megalômana e na retórica.



A diretriz humana do espaço cristão



Os cristãos se basearam na arquitetura helenística para criar sua igreja, assim temos a igreja com a escala humana dos gregos e a consciência do espaço interior romano. Produzindo uma revolução funcional no espaço latino.

A igreja cristã ao contrario do senso popular não é a casa de Deus e sim um lugar de reunião, comunhão e oração dos fiéis. Inspirada mais na basílica do que no templo romano, por sua proximidade temporal. Foi reduzida para a intimidade e o amor proposto propor essa religião. Comparando-as vemos poucas diferenças além da escala.

A revolução espacial constitui em ordenar todos os elementos da igreja na linha do caminho humano.

A basílica é simétrica, já a igreja cristã não tem uma das duas absides e desloca a entrada para o lado menor deixando deixando um único eixo longitudinal, a diretriz do caminho humano. É guiada pelo olhar do observador.

Apesar dessas relações não podemos compara-las, pois a igreja tem função e alma.

A diferença entre a escala humana grega e a cristã é que a primeira é estática e a segunda respeita o dinamismo do homem.

Essa conquista dinâmica também é evidente nos edifícios de esquema central. Roma com o passar do templo muda de extrovertido e ativo para mais reflexivo, mostrando essa caracteristica na arquitetura, tornando-a mais dinâmica.

O dinâmismo se mostra bem forte em Santa Costanza, com várias passagens ppara o homem, diversas vistas e sensações.



[1]Subtítulo sugerido pela aluna.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

E a mamãe disse:

Quadro vermelho na cozinha dá sorte! Voilà:



Mas só vermelho, não dá, né?
- Presente pra ela! XD
Fiz dia 6, espero que ela goste!

Compatibilização de Projetos

“Compatibilização
A necessidade de coordenar e compatibilizar projetos deriva da perda de elos entre os participantes gerando altos índices de desperdício (RODRIGUEZ, 2005,p.18). Na atualidade existem outros motivos que justificam estas atividades:
• Especialização cada vez maior das diferentes áreas de projetos;
• Conformação de equipes de projeto localizadas em diferentes localidades;
• Número crescente de soluções tecnológicas sendo agregadas nos
empreendimentos.”



CRESPO, CLAÚDIA CAMPOS; RUSCHEL, REGINA COELI. Ferramentas BIM: um desafio para a melhoria no ciclo de vida do projeto, Julho de 2007. III Encontro de Tecnologia de Informação e Comunicação na Construção Civil, Porto Alegre.
< http://www6.ufrgs.br/norie/tic2007/artigos/A1085.pdf>

A Imagem Como Narrativa

Pontifícia Universidade Católica
Arquitetura e Urbanismo
Escola Professor Edgar Albuquerque Graeff
Estética e História da Arte
Orientador Leandro Bessa
Junho de 2011.




Relação Entre Os Textos A Imagem Como Narrativa, De Alberto Manguel, O Olho E O Espírito, De Maurice Merleau-Ponty E O Filme Janela Da Alma.


Após muitos anos de estudos e influências artísticas, temos alguns autores que tratam da imagem de uma forma mais clara e firme. O livro pelo qual nos baseamos para tratar do assunto foi Lendo Imagens de Alberto Manguel, mais especificamente, o capitulo A Imagem como Narrativa.

O autor exemplifica e cita a imagem que passa uma mensagem, a narrativa de uma aventura ou história. Deixa claro, também, que existem diversos estilos de imagens, algumas que nos tocam de forma mais evidente e outras que não nos envolvem tanto.

Dentro desse conceito existem os que discordam com a ideia de que uma imagem pode ser ampla e deixar espaço para a inserção da experiência do observador, como Gustave Flaubert: “Porque a descrição literária é devorada pelo mais reles desenho”. Esse escritor acredita nas possibilidades da escrita dentro do mais intimo do leitor, e, de acordo, Manguel, acaba subestimando o poder e a influência da imagem.

Como afirma Maurice Merleau-Ponty, ao estudar a teoria da pintura como metafisica, toda imagem que permite “promiscuidade do vidente e do visível”¹ é artística. “Nada é mudado se ele não pinta apoiado no motivo: em todo caso, pinta porque viu, porque ao menos uma vez, o mundo gravou nele as cifras do visível”² , aqui ele mostra que mesmo sem perceber, o pintor quase sempre revela uma narração em sua imagem.

“Somos essencialmente criaturas de imagens, figuras.”³ Nesta frase, Manguel mostra o impacto de todas as imagens que são vistas desde a infância. Com referencias a Salomão, Platão e outros grandes nomes, reafirma a teoria de que toda imagem já foi vista, todas elas nos remetem a algo já existente no nosso intimo. Em Merleau-Ponty essa idéia revela algo crucial para o entendimento individual da imagem: que não é o artista que a vê e sim, a imagem que o vê, ou seja a imagem é o retrato da imagem do artista dentro daquela imagem. Então independente de como se formula essa imagem ela é a narrativa do artista, que aos olhos do espectador se torna a narrativa do espectador no artista. Então toda imagem é narrativa de alguma forma por trazer referencias anteriores.

Essa relação imagem-artista é bem exemplificada no filme Janela da Alma, onde todos foram questionados da mesma forma e cada uma dos entrevistados teve uma resposta e reação diferentes. Cada um focou no campo em que teve suas experiências, o que não enxergava através dos olhos, enxergava por outras referencias, tais como, tempo, altura sons e outros. E já alguns que enxergavam muito bem com os olhos físicos, na verdade enxergavam através de um véu das informações pré-existentes, como a cineasta que analisava tudo pelo trauma, ou a outra que via mais próximo o seu companheiro através das câmeras, por saber que o perderia em breve.

_____________________________
¹Descartes, Discours IV. Págs 112-114.
²M. Merleau-Ponty, O olho e o Espírito, pág. 91.
³A. Manguel, Lendo Imagens, pág.21.


Joanna Lustosa

Relação entre o Filme Sonhos, de Akira Kurossawa, e o texto Sobre Educação Estética, de Friederich Schiller

Pontifícia Universidade Católica
Arquitetura e Urbanismo
Estética e História da Arte
Orientador Leandro Bessa
Fevereiro de 2011.



Esse texto foi elaborado após ler e assistir os conteúdos indicados para tal. Após esse procedimento, tomei como base o texto e seguindo sua linha de raciocínio fiz referências ao filme. Ao final, me volto principalmente para o filme.

Os dois fazem alusão à maneiras de corrigir nossos princípios práticos, ou seja, nossos comportamentos mais involuntários, que nos levam a sentir e observar o mundo de forma especifica. Essa correção está na análise crítica e sem preconceito, numa análise de todos os sentidos e não de conceitos digeridos e repassados. Exemplificado no conto a festa dos bonecos, onde se vê a destruição de um belo lugar (pomar dos pessegueiros) e a limpeza de conceitos de um garoto, que, por isso, enxerga além das irmãs.

Afirmam, de uma forma um pouco subjetiva, que os valores morais se distorcem para dar espaço a uma série de falsos valores impostos pelo consumismo, egocêntrismo, fanatismo de alguns. Existindo sempre uma forma clara de resolvermos essas questões e ela sempre está ligada a beleza e pureza da natureza.
A primeira frase do texto sintetiza toda a sua relação com o universo ao redor. Ele vê no mundo, arte, uma visão primeiramente bela e logo em seguida toda uma mensagem clara sobre absolutamente tudo o que proucuramos, com atenção podemos ampliar nossos conhecimentos e melhorar nosso carater. Sem atenção, nos confundiremos. Quem mais perfeito para ilustrar essa idéia do que Kurossawa?

A cada quadro de seu filme, Akira Kurossawa, revela uma beleza de criativida e conexão com esses principios. Os dois primeiros contos (em sua infância), mostram inocência e uma grande ligação com a natureza e suas regras. O Terceiro conto (encontro com Van Gogh), nos mostra, que precisamos sentir mais, pensar menos, assim criaremos mais coisas belas, se, como diz Friederich Schiller, educarmos nossos sentimentos.

Já o quarto conto, mostra como temos que perserverar nos objetivos mais complexos, desistir, fingir que não vê, muitas vezes é mais facil. Mas precisamos nos esforçar para conseguir o melhor de nós mesmos.


O quinto, sexto e o sétimo são claramente uma referência a esse fanatismo, egocêntrismo que muitas vezes cega o homem e traz tragédias. Esse loucura nos releva o terror da guerra, com a culpa, bombas atômicas,
ganância.

O oitavo mostra a simplicidade e a beleza das coisas naturais, uma verdadeira paixão pela vida e pelo que se pode fazer com ela.

A conclusão é a grande proucura de nós mesmo dentro do caráter e ações que influênciam todos ao redor.

Finalizo com um texto sobre Kurossawa:


“Diz-se que quem nasce japonês, morrerá japonês, tão forte é a carga cultural que molda a personalidade do nipônico desde o berço. Kurosawa é produto dessa cultura demonstrado nos temas de seus filmes. O amor pela Natureza e a estética de significados do xintoísmo, a preocupação com o equilíbrio mental do zen-budismo e a ética social do confucionismo, revestidos pela alma de um humanista, pacifista nos ideais, poeta nos métodos, crítico sutilmente sarcástico na advertência à sociedade consumista, fazem de “Sonhos”, obra de rico conteúdo e beleza que, como nas outras obras do mestre, nos convidam a pensar.”
Por Iochihiko Kaneoya
http://www.nipocultura.com.br/?p=439

Joanna Lustosa

Os Significados da Arte e da Filosofia da Arte

Pontifícia Universidade Católica
Arquitetura e Urbanismo
Escola Professor Edgar A. Graeff
Estética e História da Arte
Orientador Leandro Bessa
Março de 2011.



AITHESIS
Filosofia do Belo e Filosofia da Arte
Relatório Baseado No Livro Introdução À Filosofia Da Arte
De Benedito Nunes.


A Reflexão Filosófica E A Arte
1 – O Pensamento Antigo
A filosofia tem seu inicio na cultura grega. Os primeiros filósofos procuraram descobrir os elementos construtivos das coisas através da Natureza, criando assim o pensamento filosófico primordial. Os Sofistas contribuíram com o pensamento reflexivo-crítico.
Sócrates foi o primeiro a questionou o que a pintura poderia representar, o que a arte acrescentaria aos valores morais, profissões, governo e comportamento social.
Platão, discípulo de Sócrates, problematizou a atividade artística. Posteriormente, Aristóteles, discípulo de Platão, escreveu a Poética, a primeira obra de teoria sobre a arte.

2 – De Plotino a São Tomaz
Depois de algum tempo sem contribuições na filosofia da arte, Plotino concede à arte uma importância metafísica e espiritual, ao contrario do pensamento cristão inicial, que acreditava na arte como desvio do caminho espiritual.
Com o tempo voltou-se a tradição platônica, com atenção a importância filosófica e teológica da idéia de beleza. Para São Tomaz de Aquino é um dos aspectos fundamentais do ser, voltando a unir a idéia de Belo com a de divindade.
No medievo, a beleza é essencialmente de Deus, qualquer relação com a arte é considerada meramente coincidência.

3 – A Filosofia do Belo
No Renascimento houve a união teórica do Belo com a Arte, sendo a Natureza a fonte da verdadeira beleza que dará origem a obra de arte.
Após admitir que a beleza está esparsa nas coisas que nos deleitamos, Alexander Gottlieb Baumgarten fundou a filosofia da Estética (Teoria das Artes Liberais), sendo a ciência do Belo e da Arte.
Em si, o estudo da estética é a filosofia da arte.
“A arte (...) obedecendo a determinados princípios, tem por fim produzir artificialmente os múltiplos aspectos de uma só beleza universal (...).”


Estética e Filosofia da Arte
1 – A Estética
A filosofia da estética é vincular o estudo do Belo a uma perspectiva definida.
O Belo se manifesta principalmente pelas impressões visuais e auditivas para uma visão interior.
Mais próxima do sentimento do que da razão, para Addison, essa visão interior constitui uma faculdade inata, especifica, que é privilegio do homem. Já para Hutecheson o Belo é espiritual, mas sua produção depende de sensibilidade.
Relacionamos o Belo com uma determinada ordem de impressões, sentimentos, emoções, cujo deleite se basta a si mesmo, nesse caso, o ele é uno, completo e consistente por si só.
Estética é derivada de aithesis, que significa o que é sensível ou o que se relaciona com a sensibilidade.
Para Baumgarten, o fundador da Estética, em seu inicio, tinha o objetivo de estudar o Belo e suas manifestações na arte. Com o domínio da sensibilidade, percepção, sentimentos e imaginação é essa disciplina, considerada um conhecimento inferior com relação aos outros estudos da época.
A autonomia do domínio do Belo se deve a Emmanuel Kant. O Belo agrada sem conceito e nos causa uma satisfação desinteressada. A Estética ganha maior importância com três modalidades de experiências propostas:
Cognoscitiva - conhecimento Intelectual;
Pratica - fins morais; e
Estética – intuição e/ou sentimento que satisfazem.
A experiência estética é o Belo que se traduz nos aspectos subjetivos – conceito de Estética Psicologista: efeitos causados em cada individuo particularmente - e aspectos objetivos – que provem do próprio objeto: simetria, proporção, cores, etc.
Essa experiência tem caráter valorativo, mostra valores subjetivos do ser humano a ele mesmo.
Fenomenologia traz o conceito de contemplação, manifestação subjetiva, sensitiva e involuntária.

2 – Filosofia da Arte
Mesmo tentando separar e reconhecendo as diferenças entre Arte e Estética é perceptível que a Estética abrange muitas outras coisas além da Arte e o contrario, também, é verdadeiro.
A Arte reproduz a história e os valores sociais de cada época. A Estética dialoga com a Filosofia da Arte questionando os valores morais.
A própria arte traz a renovação da reflexão filosófica. A filosofia complexa de uma obra de Arte simples leva a refletir sobre todos os tipos de valores, tanto individuais, quanto coletivos.
“Quais são, finalmente, as conexões da Arte com a sociedade, a história e a cultura?”
Hoje o interesse pela arte é o maior já visto na história.

O Belo E A Arte
1 – Kállos, tékne, póiesis
Kállos – Belo, Tékne – Ars, artis: técnica e Póieses – Principio subjetivo da arte como se conhece hoje.
Póiesis tem mais proximidade do que é chamada Arte com a idéia de criação parecida com a criação da humanidade por Deus. Atualmente do que Ars, palavra que dá origem a Aris e que por sua vez origina Artis, Arte que é o mais próximo do conceito de técnica.
O Belo para os gregos era composto de três qualidades: estética (prazer momentâneo e involuntário), moral (verdade ‘superior’, equilíbrio das faculdades moralmente elevadas) e espiritual ou intelectual (conhecimento teórico).
É a qualidade de elementos em estado de pureza, com elementos puros adequados aos sentidos e composições equilibradas. Estado de pureza da alma.
Sócrates afirma que tudo que é útil é belo e que a beleza é patrimônio de almas equilibradas.
O objetivo da obra é tão ou mais importante que as outras características, pois traz uma verdade universal, por eles considerada divina.
Essa divindade advém do fato que a arte das Musas era utilizada para fomentar as virtudes e acalmar as paixões.
O homem vive em busca de paz e prazer que muitas vezes só encontramos em alguma apreciação artística, os gregos afirma que essa é uma procura da alma livre que foi aprisionada no mundo material e vislumbra o mundo superior através dessas expressões.
Aristóteles entendeu que a mimese, ou imitação, da realidade que é a essência comum nas artes.
O vislumbre do Belo traz o desejo de valores melhores.

2 – A doutrina Platônica
Platão, com a renovação por Plotino criou uma atitude e um estado de espírito em relação à Beleza e à Arte.
A tese metafísica é a idéia de que a essência é eterna e tem diferentes roupagens de acordo com a época. O amor leva a alma a vislumbrar um estado anterior de amplitude. O belo é o bem implícito com o impulso de amor.
Essa tese é abordada por varias culturas de formas diferentes, no Japão, o Bushido, o espiritismo, de Allan Kardec, a cultura chinesa fazem referencia a essa idéia.
Com isso o ser humano trava uma eterna batalha entre o sublime e sua parte mais voltada para a matéria, contra pré-conceitos, uma bipolaridade que a história tem referencias marcantes.
As impressões sensíveis fugazes e ilusórias são transmitidas pela matéria.
A arte liberta a alma dessa matéria, volta a origens superiores e traz a paz que sempre procuramos.
“O Amor, a serviço do Bem, acende na alma humana o desejo de imortalidade, fazendo-a passar do conhecimento dos belos corpos ao das belas ações, das belas almas aos belos conceitos, até que, no pináculo da contemplação, revela-se-lhe ‘O oceano da beleza universal’, que confina a realidade em si, e onde, finalmente, ela pode aplacar a sua infinita inquietação.”
Platão acreditava que as escultura e pinturas eram razas de conceito, por isso afirmava que os artesões que fabricavam ferramentas úteis produziam mais arte do que os escultores e pintores e já os poetas e músicos haviam recebido inspiração divina e produziam a verdadeira arte capaz de deixar o homem com o desejo de melhor seu potencial humano.
A arte nesse período tem um papel de prepara o homem para voltar a sua origem que é superior a matéria, ou seja, a poesia é a mimese da beleza de um plano superior e sua dignidade se encontra no ato de incutir o bem moral.

4 - Atividade Artística e Contemplação
Entre a arte como póiesis e a idéia do belo existe um longo caminho que encurtou no período de Aristóteles.
A natureza é independente do homem e tem sua beleza real, já a arte é uma criação humana, por isso reflete um pouco de artificialidade.
A matéria (Hyle – madeira ou material) necessita de uma forma (morphos), um principio ativo, para produzir um ser perfeito. Sendo essas mesmas causas aplicadas à arte e se identifica como idéia concebida pelo artista. Tanto o movimento natural quanto o prático (artístico) saem da mesma fonte.
As representações poéticas aproximam-se da natureza, como forma simplesmente alguma coisa ou como mimese.
“A tragédia, imitação de uma ação completa, acabada, necessita de caracteres: representa o essencial do destino humano naquilo que tem de grande, nobre e exemplar. O seu efeito estético, a catarse (Kátharsis), mostra-nos que essa representação exemplar estende a sua influência ao plano moral da vida.”
A catarse consiste na purificação dos sentimentos humanos, trazendo o prazer dentro da moral. Já Feio por ser moralmente distorcido provoca o riso.
“É que o belo na arte não coincide com a beleza exterior dos objetos, mas sim com a maneira de apresentar as coisas ou ações, a natureza assim ou o homem.”
Plotino introduz a beleza supra-sensível, sendo imutável e eterna e a alma que se agrada ao contemplá-la assemelha-se a ela. Nesse caso a beleza é a alma das coisas. Para ele, o feio é a ausência de forma, pois tudo que tem forma é belo.
A arte nos leva a conhecer a verdade através de seus signos. A arte, nesse caso é um principio espiritual.
Os pensadores cristãos acreditam que o belo e o verdadeiro se encontram apenas em Deus.
O homem deseja possuir o bem, apreender a verdade através da apreciação do belo, por estar mais próximo da verdade.
A arte consiste na boa execução das obras, mas não está diretamente relacionada com a Beleza.

Joanna Lustosa.